9-   Como se os escândalos  não bastassem, há o terrível  constrangimento de que para ser cristão é preciso engolir a insensatez  da 
graça – a crença na atitude cavalheiresca e generosa pela  qual Deus aceita e abraça quem nós mesmos excluiríamos e condenaríamos  de imediato, irreversivelmente e com toda a convicção. Nossa tendência  natural é olhar os desprezíveis com desprezo, nunca com misericórdia.  Aceitar quem não merece ser aceito não é apenas terrivelmente exigente, é  conduta que convida ao mais impiedoso ostracismo social. Ninguém  respeita quem não se dá ao respeito, e o cristianismo exige que  engulamos a peculiaríssima noção de que “a substância da nossa fé  consiste na convicção de que foras-da-lei, pecadores e criminosos podem  chamar Deus de Pai, e de que prostitutas podem entrar no reino de Deus  antes dos religiosamente respeitáveis” (Brennan Mannigan). Ser cristão é  admitir um Deus que não se dá ao respeito. Um Deus sem critério. Um 
Deus  vulgar. Definitivamente, não é para quem tem estômago fraco.
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