Saber Viver



Ricardo Gondim

Envelheço. Aos poucos vou me tornando antigo. Os cabelos alvejam, a pele afina, o olhar acalma. Sou noviço, mas quero ser o melhor aprendiz de uma nova fase de vida; fase em que as despedidas são numerosas e os encontros espaçam. Quando as saudades ganham força e as nostalgias, frequência.

Aprendo a encarar limites. Não me atrevo a algumas peripécias: subir em prancha de skate, brigar no trânsito, viajar pedindo carona, tomar banho de praia sem bloqueador solar, querer ser político.

Aprendo a ter calma. Conto os anos e percebo que na grande crise ambiental de 2060, não estarei por aqui. Mas não me afobo. Domei os ímpetos, reavaliei as empreitadas juvenis, agora vou sem pressa. Obrigo o relógio da alma a caminhar com lentidão. Destrincho os compromissos, sacudo as agendas e sacralizo o ócio. Presenteio-me com a irresponsabilidade. Consciente, procrastino.

Aprendo a ser sensível. No passado, engolia o choro, disfarçava a tristeza, fugia da melancolia. Fiz as pazes com as lágrimas. Falo sozinho. Aconselho-me com os botões. Esmurro o volante do automóvel, fecho as janelas e xingo. Soluço prantos sem lágrimas. Aprecio a liberdade de vertebrar angústias. Ajoelho-me aos pés da cama e silencio o sofrimento.

Aprendo a calar. Não retruco. Desprezo o direito de ter razão. Atrai-me brincar com argumentos. Só penso em poetizar lógicas. Desejo realçar a beleza. Apaixonado pela delicadeza do violino, apiedo-me de quem imagina conhecer toda a verdade. Música suave, na penumbra de uma sexta-feira chuvosa, me encanta – mais que palestra sobre como alcançar sucesso.

Aprendo a sorver o pólen da vida; a mergulhar em cavernas rochosas onde me escondia de mim mesmo; a acordar vagaroso para não espantar os sonhos que povoaram o sono, e me presentearam com viagens por mundos impossíveis.

Envelheço e não acho tão ruim; por enquanto, pelo menos.

Soli Deo Gloria

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Arthur Pink e o Todo Poderoso


O Deus deste século vinte não se assemelha mais ao Soberano Supremo das Escrituras Sagradas do que a bruxuleante e fosca chama de uma vela se assemelha à glória do sol do meio-dia. O Deus de que se fala atualmente no púlpito comum, comentado na escola dominical em geral, mencionado na maior parte da literatura religiosa da atualidade e pregado em muitas das conferências bíblicas, assim chamadas, é uma ficção engendrada pelo homem, uma invenção do sentimentalismo piegas. Os idólatras do lado de fora da cristandade fazem "deuses" de madeira e de pedra, enquanto que os milhões de idólatras que existem dentro da cristandade fabricam um Deus extraído de suas mentes carnais. Na realidade, não passam de ateus, pois não existe alternativa possível senão a de um Deus absolutamente supremo, ou nenhum deus. Um Deus cuja vontade é impedida, cujos desígnios são frustrados, cujo propósito é derrotado, nada tem que se lhe permita chamar Deidade, e, longe de ser digno objeto de culto, só merece desprezo”.

***
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Desabafo de um bom marido



texto de Luís Fernando Veríssimo.

Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras.
Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica.
Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'.
Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Eu me casei com a 'Sra. Certa'. Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'.
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: 'O que tem na TV?' E eu disse 'Poeira'.
No começo Deus criou o mundo e descansou.
Então, Ele criou o homem e descansou.
Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus,nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.
Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo.
Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes, o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais
importante para mim.
Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.
Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com
uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa.
Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.
'- Quando você terminar de cortar a grama,' eu disse, 'você pode também varrer a calçada.'
Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida'.

'O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido...'

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Pra não dizer que não falei das flores


Dias Atrás eu publiquei um texto de minha autoria que tinha como tema:"Falo o que penso e não dispenso". não retiro o que digo,só acrescento algumas coisas que,devido alguns e-mails e ligações,sinto-me na obrigação explicar com algumas minuncias:

1. Sou do tipo do cara autêntico,se não gosto,não gosto e estamos conversados.isso não significa que não abro mão e não seja solicito em algum programa(assistir filmes que não gosto,se bem que quando assisto filme com a minha esposa sou eu que sempre escolho),ir pra algum local que não é do meu agrado. Essa coisas,tento abrir mão de vez em quando por amor,tendo a certeza que não traiu minha consciência,e sim que exerço meu coração em simpatia e amor.

2.Tendo sempre cuidado nas verdades faladas. Não sou o cara "Peçonhento",e o tipo da pessoa que bate no peito e conclama:"eu nasci assim,eu sou assim Gabrielaaa".Verdades podem ser ditas com o mínimo de singeleza,sendo essa verdade,parte fundamental de um diálogo que seja revertido em gratidão.

3. Por filhos que nós nos conclamos,temos o direito de sermos agrádaveis uns com os outros.ninguém tem o direito de gostar de você? isso é verdade,mas nem por isso eu tenho direito de ser a pulga atrás da orelha dos outros.Afinal de contas,como é que eu quero que as pessoas me determinem: O cara que trás consigo o bom cheiro de Cristo revertido em atitudes? ou o "Crentão" que trás consigo as "marcas de Cristo" por ser um pé no saco?

Penso um pouco e vejo que posso ser sincero comigo mesmo,sem nunca me tornar desagrádavel pra quem quer que seja. A não ser que você seja radical com as minhas opiniões e mesmo assim,podemos dividir o mesmo lugar desse arco íris de 7 cores,sendo todas diferentes e todas interligadas com as outras. Em Amor, quem está apenas caminhando.... Thyêgo Militão

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Que Saudade daquela Igreja


“Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos.” At 2. 43-47

Na época do surgimento da Igreja do Novo Testamento, a palavra igreja significava, apenas, uma reunião qualquer de um grupo organizado ou não. Assim, o texto nos revela que havia um grupo organizado em torno de sua fé (Todos os que criam estavam unidos) – todos acreditavam em Cristo.

Segundo o texto, os participantes do grupo do Cristo não tinham propriedade pessoal, tudo era de todos (tinham tudo em comum)– os membros desse grupo vendiam suas propriedades e bens e repartiam por todos – e isso era administrado a partir da necessidade de cada um; e se reuniam todos os dias no templo; e pensavam todos do mesmo jeito, primando pelo mesmo padrão de vida (unânimes); e comiam juntos todos os dias, repartidos em casas, que, agora, eram de todos, uma vez que não havia mais propriedade particular; e eram alegres e de coração simples; e viviam a louvar a Deus; e todo o povo gostava deles, e o grupo crescia diariamente. Diariamente, portanto, havia gente acreditando em Cristo, se unindo ao grupo, abrindo mão de suas propriedades e bens e colocando tudo a disposição de todos.

Essa Igreja era a Comunhão dos santos – chamados e trazidos para fora do império das trevas, para servirem ao Criador, no Reino da Luz.

Essa Igreja não precisava orar por necessidades materiais e sociais, bastava contar para os irmãos, que a comunidade resolvia a necessidade deles.

Deus havia respondido, a priori, todas as orações por necessidades materiais e sociais, fazendo surgir uma comunidade solidária.

O pedido: “O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje. (MT 6.9) ” estava respondido, e diariamente.

Então, para haver o “pão nosso” não pode haver o pão, o bem ou a propriedade minha, todos os bens e propriedades têm de ser de todos.

Mais tarde, eles elegeram um grupo de pessoas, chamadas de diáconos – garçons, para cuidar disso (At 6.3). Então, diante de qualquer necessidade, bastava procurar os garçons, que a comunidade cuidava de tudo. Era o princípio do direito: se alguém tinha uma necessidade, a comunidade tinha um dever.

Essa Igreja não existe mais!

Ariovaldo Ramos

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Limites

Por Mônica Monastério (Madrid-Espanha).


Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de nossos progenitores e com o esforço de abolirmos os abusos do passado somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado,os mais bobos e inseguros que já houve na história.

O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas, e mais “poderosas” que nunca!

Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um extremo ao outro.

Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.

E os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.

E,o que é pior os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.

À medida que o permissível substituiu o autoritarismo,os termos das relações familiares mudou de forma radical para o bem e para o mal.

Com efeito, antes se considerava um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens, e os tratavam com o devido respeito.

E bons filhos, as crianças que eram formais, e veneravam seus pais, mas à medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco o respeitem.

E são os filhos, quem agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.

E que além disso, que patrocinem no que necessitarem para tal fim.

Quer dizer ;os papéis se inverteram.
Agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para “ganhá-los” e não o inverso como no passado.

Isto explica o esforço que fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos e “darem tudo”a seus filhos.

Dizem que os extremos se atraem.
Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo aos nos verem tão débeis e perdidos como eles.

Os filhos precisam perceber que durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los, enquanto não sabem para onde vão.

É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.

Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.

Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente e não atrás, carregando-os e rendidos às suas vontades.

Os limites abrigam o indivíduo.
Com amor ilimitado e profundo respeito.

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Acarajé Consagrado

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No Caminho de Emaús


Aos amantes não amados, não um conselho, mas um intento amoroso. Abandonar as roupas usadas e ousar novos caminhos. É um desperdício deixar o burburinho interminável da teimosia roubar a preciosidade da solidão e do silêncio. Não há por que ter medo. É bom ficar a sós e reconstruir com pedras e enfeitar com flores os sobrados que se desmancharam por aí. Talvez não fique igual. Talvez seja melhor que nasça diferente. As comparações podem ser corrosivas do metal nobre da escultura em modelagem ainda frágil. Não há pessoas iguais nem sentimentos iguais. Há novas tentativas, novas formas de descobrir e dar significado a um rosto que era só multidão. Obrigado, irmão, por partilhar seu tempo com minhas divagações. Com você, a travessia fica mais bonita.

Gabriel Chalita, em Cartas entre amigos: sobre medos contemporâneos (livro em parceria com Fábio de Melo, publicado pela Ediouro)

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Falo o que penso e não dispenso!


Tem coisa pior do que você ser convidado pra almoçar na casa de alguém,e o que te servem não faz parte da sua rotina gastronômica?
Pois é, não dá pra suportar ter que comer,fazer,assistir ou até mesmo,porque não dizer "Amar" a quem você não escolheu pra si!
Não suporto ter que concordar com algumas ex-gestantes que agora estão de resguardo andando por aí com seu "puppet" dentro de um carrinho,te para no meio da rua e diz:"-olha meu Bebê,não é lindo?".puxa vida,tem gente que não simula uma resposta antes de fazer uma pergunta pra evitar o constrangimento!
E se eu não o achar fofinho,e se o Bebê for a cara do Babyssauro? eu não sou obrigado a suportar mensagens evangélicas onde o "Pregador" é formado em divindades,foi até o terceiro céu,arrebatado por 3 dias.e cantores evangélicos que chegam nas igrejas vendendo o seu "material"pra ajudar na obra de Deus(que obra e que Deus)? já causei algumas confusões no meio em que convivi,tendo que na escola dominical concordar com o "mestre" que estava lecionando.-"Na passagem da mulher do fluxo de sangue,você concorda que Jesus sabia quem o havia tocado"? aí vem eu com minhas respostas:"Não,o texto diz que jesus procurou na multidão quem o havia tocado". o que eu posso fazer? não sou obrigado a andar nos ditames dessa massa, e enquanto eu andar na contra mão desses insensatos,e essa contra mão desaguar em Deus,vou muito bem obrigado! Thyêgo Militão

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Loadeando


Alguns dias atrás,tive a oportunidade de encontrar uma velha amiga da igreja que eu frequentava(sai da zona).eu estava com minha esposa,e juntos começamos a bater um papo,sem se importar com o tapete em que desfilava o nosso buzão na "Fortaleza Bela". Papo vai,papo vem,eis a pergunta que não quer calar:-"que igreja você tá frequentando?" ao que eu respondi:-"nenhuma",sem me importar com os cotovelões da minha esposa,com medo da moçada do bairro desconfiar que nós estávamos "desviados".entrei na dela,-"e você,porque saiu de lá?".me referindo a igreja que frequentávamos.-"O Pastor de lá é muito rígido" disse ela. -"É? -"E você tá aonde agora?"Perguntei assustado.-"Tô me congregando na sede"(da mesma denominação) "Lá é ótimo,as coisas não são muito rígidas, a mocidade me recebeu muito bem,o Pastor guiado por Deus etc,etc. Daí eu perguntei,como ela tava nos evangelismos, pois ela fazia parte da equipe de "Cruzadas" da Igreja(coitado do Saladino).-" eu tô indo,só não fui esse mês porque lá é muito frio e o pastor não deixa nós andarmos de calça Jeans!" Coitada,não entendeu nada do Evangelho.Afinal,quem liga pra Graça,pro evangelho de amor,quem tá interessado em conferir nas escrituras o que é verdade e mentira? pensando bem:"quem tá interessado no papo de Jesus"? Thyêgo Militão

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Arthur da Távola:Pedindo a Deus pra ser mais Fácil


Meu Deus: quero lhe fazer uma crítica, talvez até por eu não ser capaz de alcançar os seus desígnios: você podia ser mais fácil! O mistério da sua existência deveria prescindir da teologia, da fé ou da graça e fluir claro, natural e nítido como as coisas da natureza. Você deveria ser manifesto; apreensível sem apreensão. Verdade e não necessidade.Aprendo na teologia que é preciso ter não a teoria de Deus nem a práxis de Deus, mas a experiência de Deus. Ex quer dizer para fora, na direção de, Peri significa em torno, em volta de, o mesmo radical de perímetro, périplo, etc., Encia é conhecimento, saber, o mesmo radical de ci-ência.A experiência de Deus é, portanto, algo que o vive em várias e muitas de suas infinitas dimensões e de seus incontáveis lados. Não é a teoria de Deus. Não é a prática de Deus (o mundo construído, em construção e a construir). Não é a reapresentação de Deus, em torno da qual, durante tantos séculos, girou, equivocadamente, a teologia. É a experiência de Deus.A ex-peri-ência de Deus, ensina-me o grande teólogo Leonardo Boff, é a vivência ampla e multiforme de Deus, tanto no plano imanente à nossa condição de homens como no plano transcendente. Ele me ensina o conceito de trans-parência. Como é impossível aprisionar Deus, ou explicá-lo por nossa limitada razão, só através da transparência, ou seja, algo que torna diáfana a realidade de Deus manifestada nas coisas e seres do mundo. Ele se manifestaria através. A transparência nos permitiria experimentá-lo através das coisas do Universo, que o proclamam. Assim me ensinou o sábio teólogo num livrinho precioso: A Atualidade da Experiência de Deus.Eu sei, meu Deus, que precisamos sabê-lo mais do que conhecê-lo. Eu sei que é necessário viver fundamente a experiência da sua Ex-istência e In-sistência em nós e na vida. Eu sei, também, como Bérgson, que se você não dotou a nossa razão da capacidade de conhecê-lo ou defini-lo e se você fez o nosso coração vacilante, ora aceitando-o, ora negando-o, você nos permitiu a percepção da sua existência através da intuição, fagulha de conhecimento que pode alcançar, mesmo sem definir, a pré-existência de uma realidade maior, a força geradora do universo, do cosmos, e do espaço sem fim.Tudo isso eu sei!Do zero do meu conhecimento, da pequenez da minha condição de areiazinha cósmica, fico daqui a apreciar a grandeza da sua condição. Eu sei que por vezes fui tocado por sua luz, mas, tão logo me dava conta do milagre da sua iluminação, você desaparecia, de novo você se escondia escapando célere de minha mente, coração e nervos talvez porque aquela fagulha da verdade tivesse que ser compartida com outros que estavam no mesmo desespero da sua procura, no idêntico cansaço da sua busca.É por isso que eu lhe digo, meus Deus, blasfemo talvez (quanto já mataram em seu nome!) que há horas em que me canso de o procurar. Canso-me de esperar a sua resposta. Irrito-me ao perceber que você mergulhou o mundo no mistério e de que jamais será dado ao ser humano conhecer o todo, o destino do mundo e do universo ou conceber tudo o que está (se é que há algo) fora da finitude descomunal de seu pobre e tolo conhecimento. Palavras como ‘nunca’, ‘sempre’, ‘jamais’, nestas horas doem muito, implodem angústia metafísica. Por quê? Será mesmo que este é um planeta de provação? Aqui estamos só para seguir um inevitável ciclo biológico evolutivo de aprendizagem? Haverá então, uma espécie de Estado-Maior do universo que traça planos fora do nosso alcance? Mas por que, então, nos foi dada uma inteligência capaz de se dar conta da existência daquilo que ela não pode saber? Por que nos foi dado sofrer tal limitação, tal humilhação cósmica?Por que, diga, meu Deus, é necessário sofrer tanto a dor de procurá-lo?Por que é assim dilacerante a idéia de infinito, de morte e de desaparecimento total, após termos sido dotados de tanta sensibilidade para sentir a vida, e intuir o acima de nós, mas dele não saber, apenas perguntar? Por que?Por que uma vida inteira de indagações e perguntas, quando mais fácil seria aceitá-lo magicamente, ou acalmar-me diante de uma crença sem contraditas? Mas, se só as crianças e os puros de coração o alcançam, porque, então, você nos dotou de uma razão inquieta, abelhuda, perguntadora, afirmadora e negadora de tudo quanto vê e descobre?Por que, meu Deus, o que chamam de sua evidência é tão raro e difícil? Por que se torna você passível de explicação e descoberta? Por que não é óbvio? Por que precisamos de você?Por que, sem você, a vida é (pelo menos) um absurdo cósmico?Por que, diante do seu mistério, diante da vida, diante do cosmos, diante do universo, diante do infinito, temos que permanecer eternas crianças metafisicamente chatas na idade do porquê?Se você me é possível, mas difícil, perdão, a culpa é sua. O onipotente é você e não eu. E, se é pra tudo ficar em mistério, por que dotar-nos da possibilidade de o defrontarmos, de o intuirmos como mistério e nada mais?Ah, meu Deus, há horas em que me canso de tê-lo como esperança, há horas em que desesperadamente eu precisava tê-lo como certeza! Já estou grande demais para ser tratado como criança que não pode entrar em conversa de adulto! Já estou grande demais para ficar chorando por dentro e a dor do cansaço de procurá-lo e este pavor do desconhecido que se mistura à mais deslumbrante das sensações, a do novo que está em você, a do além e adiante que são você, a da surpresa que é você, a do encontro afinal liberador com a paz da sua transparência e com a luz de sua transcendência.Dê-me, pelo menos, força e energia para procurá-lo. E esperança para disfarçar o medo de nunca o encontrar, na certeza de que você está exatamente onde se esconde. De que você se manifesta através da nossa necessidade. De que você está além do conhecimento, lá onde mora, além de nós,a verdade.

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Sobretudo:Liberdade em Amor


Terminei de ler a Cabana.depois de tanto me questionar,mastigar alguns capítulos por dias, consegui digerir a ideia do livro.tenho só uma consideração a fazer:Convivo com a certeza que lido com um Deus que vive a história comigo,sendo eu,co-autor dessa história também. Thyêgo Militão

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Ricardo Gondim


Na história, claudico com idas e vindas. Na alma, desconheço contorno. Na flor da pele, fujo do hiato futuro e sofro a melancolia do passado. Nos olhos, contemplo história e irrealidade com igual paixão. No secreto, mastigo fastios e alegrias sem medo do destino.

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A Saúde da Fé.....



Nossa existência só faz boa síntese quando o Passado é discernido, o Presente é crido, e o Futuro habita o chão da confiança em nosso coração.
A Graça que inclui gente...
O Evangelho que nos inclui em Cristo é o mesmo que de nós exclui, também em Cristo, tudo aquilo que não é conforme o Espírito de Cristo.
A porta estreita do amor...
A porta é estreita, e poucos são os que se deixam seduzir pelo encanto do amor pela vida, que é também paz e alegria simples.
A doce transformação do ser...
Toda transformação espiritual é fruto do encontro da Graça e da Verdade no coração humano; e somente no coração humano!

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Amadurecimento (Mario Quintana)




Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você... A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando... A vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar. Mas uma coisa parece estar sempre presente... A busca pela felicidade com o amor da sua vida. Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar?" E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele?". Como diz o meu pai: "nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era. Cada namorado era o novo homem da sua vida. Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua-de-mel e, de repente... PLAFT! Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito " do próximo". Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses. Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva. Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada no bar o resto da noite. Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação" e se divirta como uma criança, que sorri de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo. A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação já não tem o mesmo valor que tinha antes. A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas continuamos com a procura incessante por uma pessoa legal, que nos complete e vice-versa. Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos à luta... e haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira. Sem falar na diversidade que vai do Forró aos Beatles. Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer a barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente e curtir o som... Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora. Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele cara que você ama (ou acha que ama), e que não quer nada com você, definitivamente não é o homem da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você.

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Depois de Mulher Melão, é a vez de Kleber Bambam anunciar que vai ingressar na carreira política. Durante a inauguração do restaurante Madashi, nesta terça-feira, 21, em São Paulo, o ex-BBB falou do seu novo objetivo.

"De hoje em diante, meu foco é a política e vou virar deputado. Estou estudando ainda se vai ser federal ou estadual e ouvindo algumas propostas para ver por qual partido vai ser", disse. "Já vivi os dois lados da moeda: o lado ruim e o lado bom. Vou focar o esporte, a saúde, a educação. Já estou montando minha equipe e daqui um mês vai estar tudo formalizado", prometeu. Bambam pretende usar sua popularidade no reality show para sua nova carreira. "Vai ser uma oportunidade que eu vou ter, porque agora eu devo ao povo. Eles votaram em mim para eu ganhar o Big Brother, é uma troca, agora é hora de eu ajudar", afirmou. "Já pode lançar que eu vou vir como deputado e com força total", completou otimista. Bonitooo hein,Não bastasse a Mulher-melão e a Débora Soft,a nossa câmara ainda terá o intelecto personificado do Bambam. Ah! vai tomatecru.....

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Melhor cantada está para nascer!


40 anos, executivo, senta-se na poltrona do avião com destino a New York e maravilha-se com uma deusa sentada junto à janela. Após 15 minutos de vôo ele não se contém: - É a 1ª vez que vai a New York? - Não, é uma viagem habitual. - Trabalha com moda? - Não, viajo em função de minhas pesquisas. Sou sexóloga. - Suas pesquisas dedicam-se a quê? - No momento, pesquiso as características do membro masculino. - Hum...interessante! E a que conclusão chegou? - Que os índios são os portadores de membros com as dimensões mais avantajadas, e os árabes são os que permanecem mais tempo no coito. Logo, são eles que proporcionam mais prazer às suas parceiras. Desculpe-me Senhor, eu estou aqui falando mas não sei o seu nome! - Mohammed Pataxó!!!!

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"A visão de Cristo que abrigas,é das minhas a maior inimiga.A tua,tem um nariz grande e torto como o teu,a minha um nariz empinado como o meu.Ambos lemos a Bíblia todo dia.Onde tu lês preto,branco eu lia".


William Black
Citado por Philip Yancey no livro:"O Jesus que eu nunca conheci"

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Relação dúvidosa


    Caramba,demais,ótimo.é assim que eu posso definir o filme:"A Dúvida",com Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman.muito bom,um filme que define bem a ética usada para "reger" as comunidades que policiam nosso estilo de viver. uma freira carrancuda que tenta impedir a aproximação do padre da paróquia com o primeiro aluno negro de meados dos anos 50( me senti dentro da minha ex-igreja). o menino,espancado e execrado pelos demais,o padre tentando trazer o menino a todo custo ao "hall dos aceitos". denominador comum: a megera desconfia que o padre é..........? vai alugar,vai!

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Aê Galera de Fortaleza,Meus Pesâmes(Brincadeirinha,rsrrs).começa a partir de hoje o Blog "Apenas Caminhando". e o nosso objetivo é sempre deixar informado os que nos permitirem,ou seja,os que estiverem interessados né? mandem informações, postagens,fotos,muita coisa legal. àlias,aqui terá muitos marcadores bacanas,por exemplo: o "vaitomatecru",o "nossa Senhora do Desterro",muita coisa Legal portanto,nos acompanhe.Hehehe

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